Rosmarino Oliver já não conseguia falar ou andar devido a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), mas vive uma transformação graças à Cannabis
De repente, uma fraqueza muscular. Chegou sem avisar, mas impactou a vida de Rosmarino Ranzer Oliver. Junto veio a dor. “Uma dor indescritível, que não passava de jeito nenhum.”
Assistindo sua qualidade de vida deteriorar, deu início à jornada em busca por um diagnóstico. Foram seis anos de busca, com suspeita de fibromialgia, mas nada que melhorasse sua condição. Pelo contrário. A fraqueza muscular conduziu a frequentes quedas e, antes de descobrir qual sua condição, estava dependendo de cadeira de rodas.
Finalmente, por meio de uma comissão de especialistas, pode saber o que estava acontecendo. O diagnóstico de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). “A expectativa de vida, depois que descobre, para a maioria é de dois a cinco anos. A pessoa entra em crise, vai piorando, piorando, de morre”, conta Rosmarino, embora para ele seja um pouco diferente.
“Comigo, acontece como se fosse uma remissão. Tem a crise, eu chego a ficar tudo torto na cama, com fralda, só que com o passar dos dias eu vou recuperando. É uma doença muito letal, progressiva, mas cada pessoa tem uma resposta.”
A doença não tem cura. Os tratamentos buscam apenas lidar com os sintomas, como espasmos musculares. “Eu tomava 36 comprimidos por dia. Às vezes, chegava até 40 por causa de dor de cabeça ou coisa assim. Mas fixo, eram 36 remédios e algumas injeções praticamente todos os meses.”
Rosmarino se recusava a viver pela doença e começou a pesquisar possibilidades para seu caso. Assim, chegou pela primeira vez à Cannabis medicinal. Na época, porém, obter o medicamento era ainda mais complicado. Comprar a versão importada era muito caro, mas, em busca de algo que melhorasse sua condição, resolveu apostar em um medicamento caseiro ilegal.
O resultado foi surpreendente. Logo se sentiu melhor, com sua distonia muscular tratada como nenhum outro medicamento havia alcançado. Aos poucos, começou a deixar a cama, à qual já estava confinado. “Eu já não tinha força nem para mexer no controle da cadeira de rodas motorizada.”
A melhora, porém, não durou muito. Aos poucos o remédio parou de fazer efeito, além do custo elevado e da procedência suspeita do óleo da Cannabis, e abandonou o tratamento. O tratamento canabinoide foi deixado de lado e sua rotina voltou a ser resumida à cama.
Não que tenha desistido de sua saúde. Pelo contrário. Seguia em contato com médicos e pacientes do todo o mundo, apesar da progressão de sua doença ter lhe tomado a capacidade de fala, se comunicando por um programa de computador acionado com os olhos.
Em um desses contatos, encontrou um especialista dos EUA. Como a expectativa de vida de pessoas com ELA é curta e ele já completava quase 20 anos desde os primeiros sintomas, seu caso passou a atrair o interesse de especialistas. Um desses ofereceu o que há de mais avançado no tratamento de ELA, que seria realizado gratuitamente. Rosmarino só precisaria arcar com os custos da viagem, como transporte, alimentação e hospedagem, por seis meses.
Algo que ainda assim era inviável para ele. Com um acompanhante, o custo estimado de R$ 100 mil estava fora do seu alcance e não pode seguir com o tratamento. Se interessou, porém, em descobrir qual seria a abordagem do médico norte-americano: a Cannabis medicinal.
Se aprofundou no estudo sobre a medicina canabinoide e, recordando a melhora que teve com o remédio clandestino anos antes, chegou a conclusão de que deveria tentar e solicitou para que seu médico lhe prescrevesse.
“Depois que eu tomei na primeira semana, eu fiquei ligadão a semana inteira. Fiquei fazendo um monte de atividades 24 horas por dia, até que chegou uma hora que meu corpo não aguentou mais. Fiquei tão exausto que não conseguia nem raciocinar direito. O remédio estava funcionando.”
Após acertar a dose e formulação do medicamento que lhe seria mais adequado, passou a acumular benefícios. “Fiquei feliz da vida. Depois de cinco anos, eu consegui ter relações com a minha esposa de novo. Tem ideia do que é isso. É uma melhora extrema na qualidade de vida. Voltei a andar, consigo comer sozinho. Depois de um mês eu tive uma melhora drástica e só fui melhorando.”
Hoje, Rosmarino, aos 53 anos, diz que chegou a melhorar 90% e concedeu essa entrevista por telefone, conversando normalmente, algo impensável dois anos antes. De 36 medicamentos todos os dias, reduziu o número para seis, incluindo a Cannabis medicinal. Ou melhor, seria assim se continuasse tomando o medicamento na dose e formulação correta.
Mesmo mais barato que da primeira vez que conseguiu comprar, o medicamento ainda é mais caro do que consegue custear. Aposentado por invalidez, gasta boa parte de seu orçamento apenas com fisioterapia. Custear o medicamento se tornou difícil e, para não interromper o tratamento por completo, toma apenas uma vez ao dia. Como consequência, voltou a passar a maior parte de seu tempo preso à cama.
“Eu tô vivendo um conflito danado pelo meu medo de acabar o óleo. Por isso que eu te cortei pela metade, só que eu tô pagando o preço por isso.”
Entrou na justiça para conseguir o medicamento gratuitamente e, mesmo com o impasse, não se deixa desanimar. “Eu não vivo em função da doença. Se eu fizer isso eu morro. Eu vivo em função de conseguir melhorar minha condição, minha qualidade de vida. è uma doença que impacta todo o corpo, menos a cognição. Imagina ficar preso dentro do seu corpo percebendo tudo o que se passa ao seu redor.”
Enquanto espera uma solução para seu caso, Rosmarino mantém uma conta no instagram (@ranzer.oliver) onde, além de divulgar os benefícios da Cannabis, tenta arrecadar recursos para dar sequência ao seu tratamento. (Clique aqui para contribuir com Rosmarino).
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