As cólicas menstruais (também conhecidas tecnicamente pelo nome dismenorreia) são dores que ocorrem sobretudo na parte inferior do abdômen.
Essas dores se manifestam de forma intensa na maior parte das vezes e por períodos bastante longos quando comparamos a outros tipos de desconfortos.
Como todos nós sabemos, todos os meses as mulheres passam pelo processo de menstruação, um processo natural e que faz parte da saúde feminina de modo geral.
Por isso, é importante que tanto homens quanto mulheres não tenham tabus ao falar sobre os problemas ou condições que o período menstrual podem causar às mulheres. Uma delas são as cólicas menstruais, um fator que causa bastante incômodo nos dias em que se está nessa condição.
De acordo com estudos da Academia Americana de Médicos da Família, as cólicas menstruais podem afetar de maneira significativa a vida de 20% das mulheres nos Estados Unidos.
Por vezes, muitas dessas mulheres acabam tendo redução da produtividade no trabalho e em suas tarefas cotidianas, sendo que em alguns casos essa condição pode levar a uma ausência no trabalho por 1 ou mais dias durante o processo menstrual.
No entanto, há casos de mulheres que não passam por dores intensas no período menstrual, o que pode levar a uma falsa impressão de que as cólicas menstruais podem ser uma “frescura” ou “fraqueza”.
Esta impressão é tida principalmente por homens, que dificilmente experimentarão dores similares às que as mulheres passam no período menstrual.
A notícia boa é que com o passar dos anos, a indústria farmacêutica, bem como laboratórios, universidades e centro de até mesmo precisar se ausentar em 1 ou mais dias do processo menstrual.
Além disso, as cólicas menstruais podem ser causadas por outras condições ou doenças adicionais.
Para tirar todas as suas dúvidas sobre os sintomas, tipos e possíveis consequências que as cólicas menstruais intensas podem trazer, continue lendo. Neste artigo que o Portal Cannabis & Saúde preparou para você, detalharemos tudo sobre elas!
O que são as cólicas menstruais?
As cólicas menstruais são dores que ocorrem na região pélvica, logo abaixo do abdômen e aparecem no período em que a mulher está na menstruação ou nos dias anteriores ao início do sangramento.
As cólicas menstruais acontecem de forma diferente de acordo com uma série de fatores. Entre esses fatores, inclui-se a idade, duração da menstruação e até mesmo os hábitos que a mulher tem.
Aproximadamente 50% das mulheres experimentarão algum tipo de cólica menstrual ao longo da vida.
Além disso, 20% das mulheres podem enfrentar problemas na sua vida profissional ou pessoal por causa de dores intensas durante o período de menstruação.
O que causa as cólicas menstruais?
As cólicas menstruais são causadas de formas diferentes, de acordo com o seu tipo. Conforme você verá mais adiante neste artigo, a cólica se divide em dois tipos – primárias e secundárias.
No caso das cólicas primárias, as cólicas menstruais são causadas pelo aumento na produção de substâncias chamadas prostaglandinas por parte do endométrio.
Essas substâncias servem para controlar processos de inflamação e fluxo sanguíneo e portanto, também estão envolvidas na menstruação. Quando há um excesso, é comum que haja um aumento nas dores menstruais, trazendo danos à qualidade de vida da mulher nos seus períodos menstruais.
Por outro lado, quando há as cólicas secundárias, as causas das dores menstruais estão relacionadas a algum outro tipo de doença ou condição.
As causas mais comuns de cólicas menstruais do tipo secundário são a endometriose, tumores na região da pélvis, fibromas, miomas e etc.
Sintomas das cólicas menstruais
Há uma série de sintomas para as cólicas menstruais. Os mais comuns tem a ver com as próprias dores, mas sintomas secundários podem aparecer.
Confira abaixo os principais sintomas:
- Dor latejante e intensa na região pélvica; As dores começam entre 1 e 3 dias anteriores à menstruação e atingem o seu ápice no primeiro dia após o início da menstruação. As dores costumam cessar após 2 ou 3 dias do início do processo menstrual;
- As dores podem ser maçantes e contínuas, inclusive se irradiando para outras partes do corpo como as costas e coxas;
- Enjoos por pelo menos dois dias;
- Diarreia;
- Vômitos;
- Desmaios e quedas de pressão repentinas;
- Dores de cabeça e enxaqueca;
- Náuseas;
- Tontura;
Como explicar a dor da cólica para um homem
Pode parecer besteira, mas uma das grandes dificuldades de mulheres que estão em período menstrual é exatamente em explicar o quão grave ou intensa é a sensação das dores que uma cólica menstrual pode provocar.
Dessa forma, muitos homens (sobretudo os mais machistas) tendem a acreditar que as dores das cólicas são apenas “frescura” ou uma dor como qualquer outra. Por isso, é importante explicar da maneira mais clara possível para um homem.
Há casos em que a cólica menstrual pode ser tão intensa, que as dores podem parecer com um infarto. Isso é o que disse um especialista em saúde reprodutiva da University College London numa entrevista concedida ao site QZ.com em 2016.
Além disso, há analogias que as mulheres podem fazer para explicar esse tipo de dor para um homem.
A mais famosa delas é que a dor das cólicas menstruais é algo com a mesma intensidade que um chute nas partes íntimas masculinas, porém com uma duração persistente e constante.
No entanto, muito mais importante que explicar a um homem sobre como as dores das cólicas menstruais podem se parecer, é buscar a compreensão do seu parceiro nesses períodos.
Sabemos que nestes períodos as questões hormonais de uma mulher podem estar suficientemente desequilibradas e, por isso, o que uma mulher mais precisa nessas horas é de compreensão, atenção e parceria.
Tipos de cólicas menstruais
Como adiantamos, há dois tipos de cólicas menstruais: as primárias e as secundárias.
Primária
As cólicas menstruais primárias são aquelas cuja causa se dá por motivos normais à menstruação.
Ocorre pela liberação em excesso da substância prostaglandina, que como dissemos anteriormente, são responsáveis por alguns processos naturais do corpo humano, incluindo regulação do fluxo sanguíneo da menstruação e contração do útero.
Quando as cólicas menstruais são na forma primária, não há preocupações adicionais, visto que ocorrem por motivos normais.
Secundária
Por outro lado, a cólica secundária tem esse nome pelo fato de estarem relacionadas a algumas doenças e condições adicionais e não uma simples “dor de menstruação”.
Nesse sentido, as cólicas menstruais secundárias podem ser causadas por fibromiomas, endometriose, inflamações pélvicas, entre outros problemas de saúde de ordem ginecológica.
Quando a cólica menstrual é desse tipo, é necessário buscar auxílio médico, bem como um tratamento adequado, que envolva não só a diminuição dos sintomas das cólicas, mas também das condições adicionais.
Parte desses tratamentos podem se dar por meio de medicamentos convencionais produzidos em larga escala pela indústria farmacêutica, procedimentos cirúrgicos e terapia à base de hormônios podem ser indicados a depender de qual condição adicional seja a causa das cólicas.
Quando as cólicas menstruais podem ser graves?
Quanto mais nova a paciente é, maiores e mais intensos costumam ser os episódios de cólica primária.
Isso acontece pelo fato de que, com o passar do tempo, há um maior nível de regulação hormonal e na produção das substâncias do processo menstrual, como é o caso da prostaglandina já citada anteriormente neste artigo.
No entanto, se as cólicas menstruais ficam mais fortes com o passar do tempo, isso pode indicar que o problema é mais grave do que as simples dores.
Você deve procurar um médico caso os sintomas piorarem com o passar do tempo ou caso as cólicas se iniciem após atingir 25 anos de idade. O especialista que cuida das cólicas menstruais é o ginecologista.
É o ginecologista inclusive que apontará os exames a serem feitos para fazer a diferenciação entre cólica menstrual primária ou secundária. Nesse sentido, podem ser solicitados exames de ultrassom ou ressonância magnética.
Através delas, poderá se definir qual é o tipo de doença que está causando (ou potencializando) os efeitos das cólicas menstruais e proceder com os tratamentos adequados.
Como aliviar cólica menstrual forte?
Assim, não é segredo nenhum que mulheres que sofrem de cólica menstrual também sofrem com a perda da qualidade de vida, qualidade do sono, produtividade e sociabilidade nos períodos de forte cólica.
Contudo, existem algumas formas para aliviar as cólicas e até mesmo prevenir que as mesmas sejam muito intensas.
Atividades físicas regulares
A prática de atividade física regular está associada à prevenção de acidentes vasculares e controle do diabetes. Adicionalmente, a prática também é indicada para pacientes que sofrem de distúrbios psicológicos como ansiedade e depressão.
Além disso, diversos estudos apontam que a regularidade na atividade física está associada a menores escalas de cólica primária durante o período menstrual. Isso porque os exercícios físicos também auxiliam no controle hormonal e na taxa metabólica do organismo.
Alimentação saudável e suplementos vitamínicos
No ciclo menstrual, há a liberação de diferentes hormônios em diferentes períodos do ciclo. No caso da menstruação, as taxas de prostaglandinas (uma molécula análoga à hormônio) estão elevadas dentro da célula.
Inclusive, já foi demonstrado que essa molécula é capaz de causar o estreitamento dos vasos sanguíneos. Esses estreitamentos levam à uma atividade de contração do útero que é anormal, e resulta em cólicas.
Dessa forma, é possível modificar a alimentação com o intuito de reduzir a produção de prostaglandinas pelas células uterinas.
Por exemplo, diversos pequenos estudos sugerem que a vitamina E pode ter efeito benéfico no tratamento da cólica primária. Isso porque essa vitamina auxilia na produção de potentes vasodilatadores e também inibe a produção de prostaglandinas pelo organismo.
Além da vitamina E, uma dieta suplementada com vitamina B1, B6 e ômega 3 também foi avaliada. Como resultado, observou-se que em todos os casos, há redução das cólicas menstruais após alguns meses de tratamento.
Além disso, desde o século passado o gengibre é conhecido por sua capacidade inibitória da inflamação. Da mesma forma, essa raiz é capaz de inibir a dor gerada devido à contração uterina.
Em adição, alguns estudos também avaliaram que uma dieta vegetariana com pouca gordura também está associada à redução dos sintomas. Acredita-se que a redução da dor também esteja associada com a redução de produção de prostaglandinas.
Por isso, alguns alimentos que são ricos em algumas dessas substâncias podem auxiliar no alívio da cólica menstrual.
- Alimentos ricos em vitamina E: castanha, milho, nozes, abóbora e amêndoas
- Alimentos ricos em vitamina B6: aveia e banana;
- Alimentos de dieta vegetariana: leite desnatado, queijo branco, espinafre, couve e brócolis.
Em contrapartida, também existem alimentos que devem ser evitados nos períodos pré e menstrual. Alguns são:
- Cafés e chás cafeinados: a cafeína presente nessas bebidas é um estimulante que auxilia no aumento da frequência das contrações uterinas que causam a cólica primária;
- Carne vermelha e doces industrializados: promove o aumento da síntese de prostaglandinas.
Medicamentos
A fim de aliviar os sintomas, o uso de Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) como diclofenaco e ibuprofeno são utilizados. Esses medicamentos inibem uma enzima chamada COX-2 que está ativa durante o processo de síntese das prostaglandinas.
Assim, ao inibir a síntese das prostaglandinas, há uma redução na vasocompressão uterina. De forma adicional, os AINEs também são capazes de atuar no Sistema Nervoso Central, reduzindo a dor.
Contudo, o uso de AINEs pode ser associado com alguns efeitos colaterais como desconforto intestinal, possíveis danos ao rim e fígado (uso em excesso) e edemas.
Tratamentos hormonais
Os métodos contraceptivos hormonais (pílulas contraceptivas, anel intravaginal, chip hormonal e Dispositivo Intrauterino – DIU hormonal) são utilizados em grande escala a fim de evitar a gravidez.
Entretanto, uma vez que inibem a ovulação e previnem a propagação das células uterinas, os contraceptivos hormonais também são capazes de reduzir a produção de prostaglandinas. De forma adicional, o uso desses hormônios também são capazes de proteger os vasos sanguíneos.
Todavia, a administração hormonal exógena contém diversos efeitos colaterais que vão de enxaqueca, enjôo, diarréia e falta de libido até sintomas mais graves como depressão e trombose (a depender de cada método).
Outros tratamentos menos comuns
Além dos métodos convencionais indicados pela medicina, existem tratamentos alternativos que podem ser uma solução para a redução das cólicas menstruais.
- Acupuntura: o método oriental baseia-se em ativar localizações anatômicas específicas a fim de reduzir a dor. O mecanismo provável na redução das cólicas é pelo aumento do fluxo sanguíneo no útero, reduzindo os níveis de prostaglandinas.
- Calor: o uso de compressas quentes (como bolsas de gel aquecidas) sobre o local da dor aumenta o fluxo sanguíneo na região. Dessa forma, aplicar calor na região suprapúbica aumenta a vasodilatação e reduz a ação das prostaglandinas nas células uterinas
- Yoga: assim como os exercícios físicos, a prática de ioga aumenta o fluxo sanguíneo e produção de endorfinas. Como consequência, há redução do estresse e ansiedade, além da inibição de ação das prostaglandinas.
- Chás: alguns chás também possuem ação fitoterápica que auxilia seja na redução das contrações uterinas, seja no SNC na tradução do sinal de dor. Dentre eles, os mais usuais são chá rosa, chá de erva cidreira e chá de camomila.
Uso da Cannabis medicinal para aliviar as cólicas menstruais
Uma das possibilidades que têm sido estudadas para o alívio da cólica menstrual é o uso da Cannabis medicinal por meio de suas substâncias.
Confira abaixo alguns detalhes sobre a sua eficácia e os efeitos benéficos que substâncias como o CBD tem trazido para pacientes com cólicas menstruais, inclusive em casos mais graves.
Os efeitos da Cannabis sobre a dor
O tratamento para alívio da dor produzida pelas cólicas menstruais têm sido estudado nos últimos anos.
Como exemplo, uma pesquisa australiana de 2019 buscou um entendimento sobre como as mulheres fazem a autogestão das dores e outros sintomas da endometriose previamente diagnosticada.
Nesse sentido, foram avaliados questionários de mulheres entre 18 e 45 anos residentes na Austrália e que já haviam sido diagnosticadas com endometriose por um profissional ginecologista.
As perguntas faziam menção às formas de autogestão utilizadas por estas mulheres, bem como as sensações experimentadas quanto à melhora, necessidade de redução ou aumento da dose e segurança dos métodos utilizados.
Foram citadas algumas estratégias de autogestão dos sintomas bastante diferenciadas.
Entre as 484 mulheres que participaram da pesquisa e tiveram suas respostas consideradas válidas, 70% utilizaram o calor, 68% o repouso e 47% utilizaram meditação e exercícios respiratórios como a Ioga.
No entanto, a utilização de Cannabis foi classificada pelas mulheres com endometriose como a forma mais eficaz para aliviar a dor, quando comparada aos outros métodos e remédios.
As mulheres apontaram que o uso da Cannabis para a melhora das dores foi feita na forma de óleo de cannabis ou CBD, não fazendo parte da pesquisa a distinção entre as duas formas de consumo.
Além disso, há evidências relevantes sobre o papel que o CBD pode desempenhar como analgésico e anti-inflamatório.
Este estudo de 2016 demonstra, por exemplo, que a aplicação de CBD em formato de gel foi capaz de reduzir a inflamação e as dores em articulações sem efeitos colaterais importantes.
Nesse sentido, pode-se ter uma melhora nos sintomas relacionadas às cólicas menstruais, sobretudo no que diz respeito às dores.
O mesmo estudo sugere uma melhor eficácia quando há a combinação do uso de CBD e THC (outra substância canabinoide).
Outras pesquisas vão de encontro a essa mesma afirmação, apontando que ambas substâncias podem funcionar melhor para certas condições quando estão combinadas.
Nesses casos, diz-se que houve a produção do Efeito Entourage – este efeito é uma relação de sinergia entre os compostos químicos presentes na própria planta. Para isso, é necessário buscar Cannabis medicinal em formato Full spectrum.
Para casos de cólicas menstruais primárias, há ainda mais alguns resultados relevantes. Um estudo de 2020 cita que que a administração do CBD reduz a produção de moléculas intermediárias que dão origem à prostaglandina.
Dessa forma, o canabidiol pode ser capaz capaz de fazer um papel similar aos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) ao reduzir a produção de prostaglandinas pelo organismo.
Além disso, como já citado anteriormente e verificado por uma série de estudos, o CBD é capaz de agir diretamente no sistema nervoso central, proporcionando redução nas dores, sejam elas de cólicas menstruais ou de outra fonte.
Para saber mais sobre como a cannabis é capaz de auxiliar no alívio da dor, leia o relato sobre Haghata e sua mãe Tainah Souza sobre melhoras das dores de cólicas e crises de epilepsia.
Conclusão
Como você pôde ler neste artigo, as cólicas menstruais têm efeitos que podem ser extremos na qualidade de vida de uma mulher.
Isso acontece pelo fato de que as dores serem tão intensas às vezes que não a permitem executar tarefas comuns do dia-a-dia ou as suas rotinas de trabalho.
Nesse sentido, muitas mulheres precisam recorrer a produtos homeopáticos, remédios produzidos pela indústria farmacêutica ou inovações como a Cannabis medicinal.
Através destes métodos é possível melhorar a qualidade de vida da mulher, com a diminuição (ou controle) dos episódios de dor no período menstrual.
No entanto, muitos dos medicamentos podem trazer descontroles ainda maiores no que diz respeito aos hormônios – que já podem estar suficientemente alterados durante o período menstrual.
Dessa forma, o uso de substâncias canabinoides como um complemento ou única medicação para o controle de cólicas menstruais pode ser uma excelente forma de tratamento.
Por isso, se você tem interesse em conhecer mais sobre o poder das substâncias canabinoides no tratamento das cólicas menstruais e reduzir as suas dores com elas, agende já a sua consulta com um médico com experiência no tratamento baseado em Cannabis medicinal.
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