Isadora Rocha fala sobre a transformação de toda a família desde que sua filha com autismo deu início ao tratamento com Cannabis medicinal
Maria Júlia demorou a andar. O fez aos dois anos de idade e com muita dificuldade. Tampouco falava. Apenas algumas palavras soltas sem conseguir estabelecer uma conversa. Sua mãe, Isadora Rocha, percebeu que havia um atraso no desenvolvimento da filha, mas vivendo no Acre, mais de uma década atrás, era difícil encontrar um especialista que a explicasse o que estava acontecendo com a filha.
Apenas quando completou quatro anos, se juntou a um grupo de pacientes e trouxeram um médico para Rio Branco que pode lhe fornecer um diagnóstico. “O autismo não sai em exames. Foi um diagnóstico demorado”, conta. “Agora já tem mais médicos, mas, na época, a gente pagou para vir para cá fazer o diagnóstico, porque a gente não tinha acesso aqui.”
Além do autismo, a criança também tinha crises de ausência, uma forma de epilepsia. “Parecia um tique. Ela piscava os olhos e fazia um estalo com a boca. Ela começou a tomar esses remédios controlados. Eu percebi uma melhora, mas logo não fazia mais efeito e tinha que aumentar a dose.”
A condição da criança só piorava e se tornou ainda mais grave com o início das auto agressão enquanto se aproximava da adolescência. “Ela começou a se morder muito. Estava toda roxa, me agredia, uma situação que acabou deixando a casa inteira doente”, lembra. “Era muito choro, muitas crises. Ela ficava se batendo. Batia a cabeça, gritava. Era de dar dó a situação dela.”
Tratamento para o autismo
Ao longo do tempo, tentou diversas combinações de medicamentos alopáticos, mas nenhum dava resultado. Em suas buscas, leu em uma revista sobre casos de crianças em tratamento com canabidiol para epilepsia. Só que era algo muito fora de sua realidade. Até que soube de uma pessoa que vendia o óleo da Cannabis produzido artesanalmente.
“Eu não sabia a origem. Fiquei com medo e joguei fora. Não vou dar uma coisa que não sei de onde veio para a Maria Júlia. Tem muita gente que usa de má fé.”
Até que, conversando com uma sobrinha, descobriu que já era possível adquirir o medicamento de Cannabis dentro da lei, com segurança de procedência, e toda segurança e controle farmacêutico. “Ela conhecia o dr. Vinícius. Tava tomando remédios desde os quatro anos e só piorava, então quis tentar outra opção”, relata, e referindo ao médico Vinícius Pereira de Mesquita, que teve sua história contada pelo portal Cannabis & Saúde (leia aqui!).
Outra criança
“Fiz uma consulta por telemedicina e demorou uns 20 dias para o remédio chegar aqui”, continua. “No primeiro dia que eu dei as gotinhas, eu percebi que ela estava meio sonolenta, mas foi só no início, com os dias, já vi que ela foi ficando mais calma. Com uma semana, a Maria Júlia já era outra criança.”
Ela parou de se agredir. Aos poucos, as marcas pelo corpo foram sumindo. “Fui percebendo pequenas coisinhas que para a gente são grandes coisas. Antes ela jogava tudo no chão, agora, se a gente perde para pegar alguma coisa, ela pega e me dá. E ela não fazia. Com roupa, ela queria usar sempre a mesma, agora ela já aceita tudo fácil. Me agredia, agora são só beijos e abraços.”
Junto a melhora da qualidade de vida de Maria Júlia, veio a da família. “A gente agora já tem ânimo para fazer alguma coisa. Antes, era só ficar ouvindo o choro da Maria Júlia, segurando ela porque estava se mordendo, quebrando tudo. Eu estava enlouquecendo Ficar o tempo todo cuidando, a gente fica cansado mentalmente. Sou arquiteta e desisti totalmente de pegar projetos porque não tinha cabeça e não sabia se eu ia conseguir sentar para trabalhar.”
“A transformação na minha casa”
Agora, Isadora sonha com o dia em que a Cannabis medicinal estará à venda em farmácias, com preços acessíveis. “É um produto que ele é natural. A questão mesmo é de preconceito porque as pessoas usam de forma recreativa. Mas essa não é a questão, pois se trata do uso medicinal. Eu digo que tenho a transformação na minha casa. É minha filha que está usando, mas a família inteira que está em tratamento junto com a Maria Júlia. Hoje, dentro das limitações, é uma criança normal. Tá feliz.”
“Eu acho que as pessoas não têm que passar pelo que eu passei. No Brasil já tem vários médicos receitando, que vão receitar um tratamento com total segurança. Não precisa chegar a um momento desespero. Que tente o quanto antes, ainda no começo. Se existe a possibilidade para a família, o ideal é experimentar para ver a qualidade de vida que vai ter”, finalizou Rocha.
“É menos invasivo do que aqueles remédios que com o tempo dá problema no fígado, problema renal. Com a Cannabis, são umas gotinhas e o efeito é mágico.”
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