Assim como os problemas cardíacos e o diabetes, o AVC (Acidente Vascular Cerebral) está entre as principais causas de mortes no mundo. Não obstante, um estudo recente da OMS mostra que o AVC tem relação direta com a incapacidade, visto que as pessoas, embora com uma longevidade maior, estão mais propensas a ficarem doentes nos seus últimos anos de vida.
Neste artigo completo, vamos explicar detalhes sobre as causas, sintomas, sinais e tipos de AVC. Além disso, mostraremos indícios robustos de como a Cannabis medicinal pode ajudar no tratamento do AVC, explicando o que é preciso para iniciar esse tratamento. Boa leitura!
O que é um AVC?
Uma pessoa que sofre um Acidente Vascular Cerebral (derrame) tem uma interrupção ou redução significativa no fluxo de sangue para o cérebro. Neste cenário, as células cerebrais têm uma dificuldade maior em receber nutrientes, como Ômega 3 e vitaminas antioxidantes, além de oxigênio.
Sobre a baixa oxigenação, vale destacar que ela está relacionada, entre outras coisas, a quadros de problemas na memória e incapacidade mental. Outra forma de ocorrer um AVC é quando o cérebro sofre uma hemorragia, decorrente do rompimento de um vaso sanguíneo.
Em 2021, mais de 230 mil pessoas morreram de AVC no Brasil. Além disso, a maioria dos indivíduos acometidos acabam com sequelas e metade destes passa a depender dos outros. É preciso frisar que esse problema não afeta somente idosos, podendo acontecer em qualquer idade, principalmente em virtude de fatores como maus hábitos alimentares e estresse.
O que um AVC causa no corpo?
Uma vez que as células cerebrais passam a receber menos oxigênio, a tendência é que elas morram. Dessa forma, é possível que o indivíduo seja afetado em diversas funções, como a fala e os movimentos do lado direito ou esquerdo. Tudo dependerá da área do cérebro afetada pelo AVC.
Outro problema decorrente de um AVC é a espasticidade. Se as células afetadas estiverem na região do Sistema Nervoso Central, o indivíduo pode apresentar movimentos musculares involuntários, o que é popularmente conhecido por espasmo.
Quando está em grau avançado, a espasticidade atrapalha as atividades cotidianas da pessoa e afeta o seu sono. Podemos ainda citar como problemas causados no corpo por um AVC:
- depressão;
- constipação intestinal;
- dificuldade para se alimentar;
- problemas de memória.
Possíveis causas de um AVC
Se o indivíduo sofre de hipertensão arterial e não faz o devido controle, grande será sua predisposição para o AVC. Essa relação é bastante intuitiva, visto que os vasos sanguíneos correm o risco de entupir ou estourar se a pressão nas paredes for elevada.
Por meio de estudos, tem-se notado que o cérebro pode ser o órgão mais afetado pela hipertensão arterial. Uma constatação relevante a respeito foi feita na cidade americana de Framingham, onde foi verificado que hipertensos são quatro vezes mais propensos a terem AVC, e duas vezes a sofrerem um infarto agudo de miocárdio.
O AVC pode aparecer também em indivíduos com a aterosclerose carotídea. Basicamente, esta consiste em uma interrupção do fluxo de sangue ou estreitamento nas artérias carótidas, com formação de placas compostas de cálcio e gordura, por exemplo.
Nesse cenário, o AVC ocorre quando pedaços de lipídios ou de coágulos se desprendem dessas placas. A aterosclerose carotídea tem como principal causa a hipertensão arterial.
Podemos citar também como possíveis causas do AVC o diabetes e o sedentarismo. Em relação ao primeiro, ele aponta que o consumo exagerado de açúcar tende a obstruir as artérias do corpo, aumentando o risco de rompimento ou entupimento.
Sobre o sedentarismo, quando o indivíduo se dispõe à atividade física, um dos benefícios é o controle da glicose do sangue. Por consequência, a hipertensão arterial também é controlada, em virtude da produção elevada do colesterol benéfico, principalmente em atividades aeróbicas. Outros fatores que podem levar o indivíduo a ter um AVC são:
- arritmia do coração;
- tabagismo;
- excesso de peso.
Sintomas e Sinais
Em geral, os sintomas do AVC dependem da região cerebral afetada. Um dos indícios desse problema é quando o indivíduo começa a sentir uma dor de cabeça repentinamente. Também é possível identificar o derrame em virtude de assimetrias no rosto, problemas na visão, sonolência e perda da consciência.
Algumas pessoas também têm náuseas e vômitos. No entanto, nem sempre o AVC possui sintomas, sendo que ele pode ser descoberto de forma indireta. Em outras palavras, caso o paciente faça algum exame rotineiro, é possível verificar indícios de que ela já teve ou terá o AVC no futuro.
Para saber se alguém teve um AVC, existe também a possibilidade de fazer o teste SAMU. Este método é composto por 4 etapas, que podem ser feitas até por pessoas que não são da área de saúde. As etapas são:
- S de Sorriso: consiste em verificar se o indivíduo fica com a boca torta após sorrir;
- A de Abraço: a pessoa suspeita de ter tido um AVC, ao abraçar ou levantar os braços, sentirá dificuldade, seja de levantar ou mantê-lo levantado por um certo tempo;
- M de Mensagem: quem está aplicando o teste pede para a pessoa repetir uma mensagem qualquer. Caso ela não consiga reproduzir ou entender a frase, pode ser um indício de AVC;
- U de Urgente: se for identificado um ou mais dos três cenários anteriores, a pessoa deve ser encaminhada prontamente ao hospital.
Quais são os tipos de AVC?
O AVC pode ser de dois tipos: isquêmico e hemorrágico. O primeiro ocorre com a obstrução dos vasos sanguíneos na região do cérebro, sendo mais comum do que o AVC hemorrágico. Como falamos, partes do cérebro podem ser severamente afetadas, exigindo que o paciente seja atendido com o máximo de rapidez.
Há o risco de morte ou de sequelas permanentes em indivíduos que têm AVC isquêmico. Basicamente, esse tipo de acidente vascular ocorre por formação de coágulo ou estreitamento dos vasos sanguíneos. Sobre este, o AVC surge quando não se faz um controle efetivo da pressão arterial, causando maior afinamento e menos elasticidade.
Além disso, uma alimentação desregrada pode proporcionar o surgimento de placas de gordura nos vasos sanguíneos, causando o seu estreitamento.
Alguns sintomas específicos de um AVC isquêmico (que podem se manifestar em conjunto ou de forma isolada) são:
- a língua do indivíduo está aparentemente enrolada;
- falta de coordenação motora;
- dificuldade de caminhar em linha reta;
- vertigem;
- tontura;
- formigamento e perda de força em um dos lados do corpo.
Uma vez identificado o AVC isquêmico, deve-se fazer a diluição do coágulo. Isso pode ser feito com auxílio de remédios que contribuem no afinamento do sangue, sendo que, em alguns casos, é preciso usar um cateter. Este é usado quando os coágulos são muito grandes ou em vasos que se tornam estreitos demais.
Sobre o AVC hemorrágico, como o nome sugere, ocorre quando há rompimento de vasos no cérebro. Se o paciente tiver um pico de pressão arterial ou um quadro crônico do problema, ele estará mais disposto a esse tipo de AVC.
Falar de uma cura é difícil nesse cenário, principalmente considerando que células cerebrais não se regeneram. No entanto, a medicina tem avançado rumo a recursos mais efetivos de recuperação do paciente, de modo a restabelecer algumas funções perdidas em decorrência de um AVC hemorrágico.
Como lidar em uma situação de AVC?
Muito se diz que quando uma pessoa tem AVC, todos ao redor acabam sofrendo também. Isso é bastante verdade, e fatores como o fato de o indivíduo ser o provedor da família podem agravar a situação.
Falando do momento do acidente, o ideal é todos manterem a calma, apesar de ser um momento difícil. Chamar pelo socorro médico também é indispensável, mas antes dele chegar, recomenda-se colocar a pessoa de lado, elevando e apoiando a cabeça. O intuito é evitar a obstrução da garganta pela língua ou engasgamentos se ela tiver desmaiado ou vomitado.
Se a pessoa está em sã consciência, é importante perguntar se ela tem algum problema de saúde ou já usa algum remédio. Em casos extremos, pode ser que o AVC cause perda de consciência ou respiração, o que exigirá a massagem cardíaca.
Para fazer a pessoa acordar, deve-se fazer de 100 a 120 compressões por minuto em seu peito, além da respiração boca a boca. Tudo isso precisa ser feito enquanto o socorro especializado não chega.
Quem tem maior predisposição a ter um AVC?
Por causa dos fatores de risco, as mulheres têm mais predisposição do que os homens a ter um AVC. Em outras palavras, elas costumam ser acometidas por problemas como diabetes, arritmia, depressão e enxaqueca.
Além disso, tem-se constatado uma relação perigosa entre o uso de contraceptivos e AVC em mulheres. Nos anos 60 e 70, foram feitos estudos epidemiológicos que encontraram um risco maior de AVC em mulheres que usavam contraceptivos. O estudo fez a associação disso com a quantidade de estrógeno, sendo que ela foi reduzida pela fabricante do contraceptivo para reduzir esse risco iminente de derrame.
Quando um AVC pode levar à morte?
O AVC que costuma levar mais ao óbito é o hemorrágico, embora tenha uma incidência menor do que o isquêmico. Um dos cenários que leva a pessoa à morte é a demora em obter a ajuda médica, dada a velocidade com que as células do cérebro morrem durante um AVC.
Para se ter uma ideia, durante um AVC, o cérebro pode perder células e envelhecer até 3,6 anos por hora. Se o indivíduo não aparentar sinais e sintomas explícitos, é possível que esse quadro venha a se agravar no futuro, levando, inclusive, ao óbito.
Qual tipo de alimentação deve ter uma pessoa que já teve AVC?
É crucial balancear uma dieta restritiva com a capacidade de fazer atividade física. Se o indivíduo tiver uma alimentação muito limitada, isso pode atrapalhar quando ele for fazer movimentos como caminhadas ou corridas. Uma das razões disso é a perda de massa magra no corpo de quem teve o AVC. De uma forma resumida, os alimentos recomendados para pacientes que tiveram derrame cerebral são:
- frutas, como abacate, melão e melancia;
- cenoura;
- grãos de linhaça, chia e quinoa;
- laticínios, desde que se observe o teor de açúcar e sódio. A glicose elevada diminui a capacidade de neurogênese do cérebro;
- azeite de oliva.
O que não é recomendado ingerir para quem teve AVC?
Considerando que a pessoa tem hipertensão, a recomendação é não ingerir em demasia alimentos com alto teor de sal e açúcar. Os primeiros três meses após o derrame cerebral são decisivos na recuperação do indivíduo, o que exige uma disciplina maior em relação à alimentação.
Carnes vermelhas devem ser consumidas com pouca frequência, o que vale também para produtos industrializados e em conserva. Sobre frituras (coxinhas e pastéis), o consumo deve inexistir nos primeiros seis meses após o AVC. Após um ano, o indivíduo pode consumir, mas de forma reduzida.
Como é o diagnóstico?
Para saber se tem AVC, o indivíduo deve fazer um exame que consiga captar áreas afetadas do cérebro. Em geral, usa-se a tomografia computadorizada, inclusive visando identificar se o derrame foi isquêmico ou hemorrágico. Além da tomografia e dos sintomas, outros exames usados no diagnóstico de AVC são:
- ressonância magnética do encéfalo;
- ultrassonografia das artérias vertebrais e carótidas;
- angiografia, que é um método radiológico responsável por estudar os vasos sanguíneos em seu interior.
Vale destacar que o pulmão e o coração do paciente podem também ser examinados. A finalidade é verificar como estão as artérias desses órgãos, se há algum entupimento ou depósito de gordura ou cálcio, por exemplo.
Quais são os tratamentos para AVC?
Por existir derrames hemorrágicos e isquêmicos, é preciso tratar cada um de forma adequada. Confira, a seguir, como se dá o tratamento de cada um desses tipos de AVC.
Tratamento para AVC Isquêmico
Para tratar AVC isquêmico, o médico ministra ao paciente remédios trombolíticos na veia. Costuma-se usar esses medicamentos quando os coágulos são pequenos, de modo a ajudar o sangue da pessoa a afinar.
Se o paciente tiver coágulos grandes, o tratamento passa a exigir o uso da trombectomia mecânica. O procedimento usa um tubo fino — o catéter — de modo que ele chegue até a parte do cérebro onde está o coágulo. Geralmente, a inserção desse cateter é no pescoço ou virilha.
Outra variação de tratamento é quando o médico usa um cateter com stent. Este é um tubo que pode ser feito de metal ou polímero, inclusive podendo carregar em si algum medicamento para o derrame cerebral. O objetivo do stent é permitir a passagem de sangue pelo vaso, uma vez que ele se encontra estreitado.
Depois de ficar um tempo em observação, o médico verifica se o paciente precisará de procedimentos adicionais como fonoaudiologia e fisioterapia. Isso dependerá se ele teve sequelas decorrentes do derrame isquêmico.
Tratamento para AVC Hemorrágico
O AVC hemorrágico costuma ser tratado controlando os seus fatores de risco. Na prática, se o paciente tiver patologias como pressão alta e diabetes, a ideia do tratamento é fazer o controle efetivo desses quadros. Além disso, é feita uma tomografia do crânio do indivíduo assim que o diagnóstico é feito.
Sobre a pressão, o tratamento visa reduzir para menos de 140 mmHg. Isso porque os pacientes costumam apresentar, durante o diagnóstico, uma pressão arterial na casa de 180 mmHg ou até maior. O paciente deve ser tratado em uma UTI, por meio de uma terapia à base de remédios.
A neurocirurgia é recomendada quando o sangramento é extenso e a pessoa estiver prestes a perder a consciência ou já estiver em coma. No caso deste, deve-se introduzir a intubação orotraqueal, visando evitar que o indivíduo tenha uma parada respiratória no decorrer da neurocirurgia.
Como é a recuperação do AVC?
A recuperação é algo que varia de pessoa para pessoa. No entanto, em muitas situações, o paciente e os familiares precisam ter em mente que se trata de um processo longo. Isso porque pode ser preciso o indivíduo frequentar, por exemplo, sessões de fisioterapia e fonoaudiologia após o tratamento no hospital.
Nesse sentido, o mais importante é o paciente nunca desistir de si próprio. Mesmo se o processo for longo, ele deve sempre acreditar no seu potencial, se submetendo a todos os tratamentos adicionais prescritos pelo médico.
Como estimular o cérebro de uma pessoa que teve AVC?
Quando falamos na resposta do cérebro ao AVC, um conceito impossível de não mencionar é a neuroplasticidade. Em poucas palavras, ele diz respeito à capacidade do órgão em aprender coisas novas, mesmo depois de um derrame.
Para que isso aconteça, o cérebro precisa ser estimulado do jeito correto. Embora as células afetadas pelo derrame cerebral não possam se regenerar, o processo de neurogênese permitirá aos neurônios ter uma capacidade renovada de aprendizado. Algumas formas de promover esse estímulo são:
- praticar mentalmente o movimento afetado pelo derrame;
- junto com a prática mental, sempre tentar movimentar a área afetada, mesmo que ela não apresente, a princípio, nenhuma resposta;
- procurar ajuda especializada, principalmente em uma sub área da fisioterapia chamada neurofuncional.
Como a Cannabis Medicinal pode ajudar em casos de AVC?
Por meio de experimentos em ratos, notou-se que o CBD, o THC e outros canabinoides ajudaram na recuperação do AVC. Há uma possibilidade real de relação desses efeitos benéficos com o sistema endocanabinóide, em especial o receptor CB1, localizado no cérebro.
O papel do receptor CB2 também se mostrou de grande importância, visto que ele aparentou ser favorável à regulação da resposta inflamatória. Dessa forma, a área afetada pelo derrame pode apresentar redução.
Com a ativação dos receptores CB e 5HT1A (que se une aos neurotransmissores de serotonina), a ação dos canabinoides tem o potencial também de proteger as células nervosas dos danos decorrentes do AVC.
Estudos que indicam benefícios da Cannabis medicinal para AVC
Como já falamos no texto, o socorro ao paciente no início do derrame é crucial na sua recuperação. Com base nisso, os pesquisadores fizeram a seguinte constatação sobre os canabinoides: entre 4 e 5 horas após o AVC, os efeitos se mostraram mais significativos. Em outras palavras, os danos cerebrais são prevenidos até certo ponto com o auxílio da Cannabis.
O que é necessário para iniciar o tratamento de AVC Cannabis medicinal?
Às vezes, os tratamentos que citamos no texto podem não ser efetivos em certos pacientes. Logo, a primeira coisa a ser feita é procurar um médico especializado em Cannabis medicinal, para que este dê as orientações necessárias ao início do tratamento. Esse profissional terá a expertise no momento de ministrar as doses necessárias ao paciente, mediante a sua resposta ao longo das semanas.
A Cannabis Medicinal dispõe de efeitos colaterais para quem teve AVC?
Podemos considerar que o risco de usar a Cannabis é real apenas quando consumida de forma recreativa. Alguns efeitos colaterais incluem arritmia cardíaca, elevações agudas na pressão arterial e fluxo sanguíneo irregular para o cérebro.
Sobre o uso medicinal da Cannabis, ainda não existem evidências robustas o suficiente sobre efeitos colaterais. Nesse sentido, o importante é sempre ter a tutela de um médico especializado, caso se deseje usar algum produto à base de Cannabis depois de um derrame cerebral.
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O tratamento do AVC, além dos métodos tradicionais, pode também ser feito com a Cannabis medicinal. Vimos no texto que o derrame é um problema que costuma afetar mais mulheres, podendo causar, entre outras coisas, incapacidade de movimentos, fala e memória.
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