Uma empresa de biotecnologia conseguiu produzir tricomas recheados de canabinoides sem a necessidade de cultivar as plantas. A BioHarvest promete produzir Cannabis livre de contaminantes e de agrotóxicos em um produto que chegará aos mercados ainda em 2022.
Esse modo de produção é diferente dos canabinoides sintéticos, ele utiliza biorreatores em células vegetais em um processo semelhante ao que produz carne em laboratório. Essa tecnologia seria capaz de produzir, além do CBD, canabinoides menos abundantes na planta e de difícil acesso nos métodos convencionais de extração. A técnica da BioHarvest, além de não precisar cultivar a planta, pretende criar canabinoides mais rápido e a um preço mais baixo do que cultivando a planta inteira e pode abrir outros caminhos para tratamentos com Cannabis.
Cannabis sem plantas em 5 passos
Em seu site, a companhia descreve o processo em 5 etapas:
1 – A seleção de uma variedade de Cannabis que contenha os fitoquímicos ativos desejados, em seguida separam a parte da planta que desejam cultivar.
2 – As cortam em pequenos pedaços e as inserem em uma placa de Petri em um meio sólido que contém nutrientes. A tecnologia replica as condições que são encontradas na natureza e a placa de Petri é armazenada em temperatura controlada, intensidade de luz e quantidades de oxigênio necessárias para o crescimento das células vegetais. Estas células que ficam em um “microcosmo da natureza” contendo todos os componentes que são produzidos na planta-mãe em sua estrutura original.
3 – Essas células cultivadas na placa de Petri agora formam uma espécie de “banco de células” que é usado para produção ilimitada. A planta-mãe não é mais necessária a partir dessa etapa.
4 – As células são cultivadas até alcançarem a maturidade.
5 – Agora, as células que atingiram a biomassa desejada são colhidas e secas e formam um pó final contendo os canabinoides desejados. O pó produzido pode então ser embalado para uso.
De experiência com uvas para a Cannabis no espaço
Antes de se aventurar na produção de Cannabis, a empresa utilizava a mesma técnica para produzir um produto à base de uva vermelha rico em polifenóis, substância com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.
A empresa agora está se dedicando a encontrar uma solução para o cultivo de Cannabis e outros vegetais no espaço. Para isso contratou Chris Hadfield, astronauta canadense aposentado, que faz parte do conselho de assessores da BioHarvest desde o final do ano passado e está empolgado com a possibilidade.
Enquanto não podemos utilizar a Cannabis espacial, há diversas opções vindas do cultivo convencional complantas. Para começar um tratamento, agende uma consulta com um médico prescritor.