A Doença Inflamatória Intestinal, tecnicamente também chamada de DII, diz respeito a problemas de inflamações crônicas no trato digestivo.
Estas inflamações podem se tornar sérios problemas quando não tratadas de maneira correta, causando dores e irritações à pessoa que está enfrentando o problema.
Nesse sentido, a DII pode se tornar algo bastante desconfortável e que se prolonga de forma duradoura na vida de quem possui a doença.
Em todos os tipos de inflamações, há sintomas que incluem diarreia severa, dores abdominais e perda de peso.
Em casos mais graves, a Doença Inflamatória Intestinal pode trazer incapacidades temporárias ao seu portador e até mesmo levar à morte.
Para entender melhor sobre essa doença, quais os seus tipos, tratamentos e principais consequências, continue lendo!
O que é a Doença inflamatória intestinal?
Como dissemos anteriormente e como o próprio nome já diz, essa doença tem a ver com inflamações no intestino. Estas inflamações ocorrem de forma crônica e trazem sérias consequências à qualidade de vida de seu portador.
Quais os tipos mais comuns de Doença inflamatória intestinal?
São dois os tipos mais comuns de doenças inflamatórias intestinais:
– Doença de Crohn
A doença de Crohn é uma doença que ocorre devido à inflamação do intestino de forma crônica.
Ela afeta o revestimento do trato digestivo e pode trazer sérios problemas e dores muito sérias, inclusive com risco de vida aos que são afetados por ela.
Conforme cita o médico Dr. Drauzio Varella em seu site, as causas para a doença de Crohn são desconhecidas, mas com altas hipóteses de ser causada pela desregulação do sistema imunológico, bem como questões genéticas, ambientais, alimentares, entre outros.
Na doença de Crohn, todo o sistema digestivo pode ser afetado e sofrer as consequências da enfermidade, porém a maioria das suas consequências são na parede intestinal, que fica completamente danificada nos estágios mais graves da doença.
Seus principais sintomas são dores abdominais, diarreia severa e febre. Pode haver ainda perda de peso e problemas na absorção dos nutrientes dos alimentos.
– Colite Ulcerativa
Por outro lado, a Colite Ulcerativa também não tem cura e ocorre na mucosa interna do intestino grosso (o cólon) e do reto.
Quando a pessoa tem a colite ulcerosa (ou ulcerativa), pode haver a evolução do quadro e chegar ao desenvolvimento do câncer de cólon.
Diferentemente da doença de Crohn, os sintomas incluem sangramento na região retal, bem como diarreia e cólicas abdominais.
A colite ulcerativa pode ser tratada com a realização de cirurgias que diminuem o aparecimento dos sintomas, mas a convivência com ela ocorre durante a vida inteira.
Como essa doença atinge o corpo?
Todas as doenças inflamatórias intestinais têm sintomas em comum. Abaixo, você lerá quais são os principais:
– Sintomas e sinais mais comuns
Em comum à Colite Ulcerativa e à doença de Crohn, há os seguintes sintomas:
- Diarréia severa e persistente;
- Quadros de Febre e enfraquecimento do corpo e baixa disposição para fazer as atividades cotidianas;
- Sangramento na região do reto;
- Fezes com sangramento;
- Dores abdominais e cólicas fortes;
- Perda de peso e baixa absorção dos nutrientes dos alimentos.
Quais são as causas da Doença inflamatória intestinal?
Não há nenhum tipo de causa comprovada cientificamente para a doença, mas suspeitas indicam a possibilidade de fatores genéticos e fatores ligados ao sistema imunológico do indivíduo como principais causadores das DII.
Quais são os fatores de risco Doença inflamatória intestinal?
A genética é um fator determinante para que essa doença aconteça. Além disso, reações hormonais também influenciam acompanhadas de bactérias anormais no intestino.
Há também uma curiosidade quanto aos locais em que residem as pessoas que possuem maior índice de DII, pessoas que convivem em áreas urbanas, e países do Norte tendem a possuir uma incidência maior dessas doenças.
Quais complicações podem ocorrer por meio da DII?
A doença inflamatória intestinal por si só já apresenta um nível considerável de gravidade. Entretanto, mais do que isso, pode trazer consequências
– Câncer de cólon
Quando falamos em câncer muitas pessoas não se recordam do quão perigoso e problemático pode ser o câncer de cólon. Esse câncer abrange quaisquer tumores que começam na região do intestino grosso, o cólon e no reto.
O reto é a região da porção final do intestino, se localizando anterior ao ânus. Podendo ser nomeado de câncer de cólon e reto ou câncer colorretal.
Apesar de ser caracterizada como uma doença grave, e que exige tratamento imediato, o câncer de cólon pode ser tratado e curado, desde que não se espalhe para outros órgãos.
Vale a pena ressaltar que a maior parte dos tumores se iniciam a partir de lesões benignas que em vezes podem crescer na região interna da parede do intestino grosso.
O grande problema do câncer de intestino está em seu risco aos outros órgãos, como rins, fígado, nódulos linfáticos, pulmões e ossos.
Isso porque as células que estão com mutações em seu DNA formam tecidos disfuncionais que podem comprimir e invadir outros tecidos e órgãos.
Em geral, quando isso ocorre, o câncer migra e pode ser fatal a depender da região contaminada, é o que chamamos de metástase.
Sendo assim, pessoas com doenças de Crohn e colite ulcerativa possuem risco elevado de desenvolver o câncer, tudo isso devido às inflamações na região das paredes. Aqui, o acompanhamento com o médico é indispensável.
– Inflamações
Em primeiro lugar, a colite nada mais é que uma inflamação do cólon, ou seja, região do intestino grosso.
A grande questão a respeito dessa doença está no fato de que pessoas acometidas pela colite perdem a capacidade de absorverem nutrientes do bolo alimentar que passa pelo intestino.
Além disso, não existe apenas um tipo de inflamação. Podemos contar com três principais inflamações, a ulcerativa, a isquêmica e a infecciosa.
A primeira delas, a colite ulcerativa é responsável por afetar a região mais superficial do cólon. Dessa forma, quando isso acontece, o indivíduo tende a apresentar quadros de diarréias constantes e acompanhadas de sangue.
Já a colite isquêmica, trata-se de um quadro causado devido a falta de circulação sanguínea no intestino. E assim, devido a essa falta úlceras podem ser formadas e ocasionarem em quadros inflamatórios graves.
Por fim, a colite infecciosa é causada por um agente etiológico que pode ser tanto uma bactéria como um vírus. Em geral, a contaminação se dá pelo consumo de alimentos mal lavados e que encontram-se contaminados, ou por uma infecção viral.
Em situações assim, a transmissão ocorre em quadros de viroses.
– Colangite esclerosante primária
A colangite esclerosante primária tem como definição principal o estreitamento dos ductos biliares dentro e fora do fígado. Isso ocorre devido a cicatrização excessiva que ali acontece.
Sendo assim, os ductos ficam obstruídos e isso leva a quadros de cirrose, insuficiência hepática e ductos biliares.
Existem alguns sintomas que surgem aos poucos e incluem, fadiga, coceira e também icterícia. Para confirmar o quadro é possível realizar testes de imagem, além disso o tratamento é baseado em amenizar os sintomas e pode ser que para prolongar a vida seja necessário um transplante de fígado.
Quando isso ocorre, a bile, líquido que emulsifica gorduras e auxilia na digestão como um todo, pode ser prejudicada, já que a insuficiência hepática afeta também a produção biliar e em decorrência a digestão.
– Coágulos de sangue
Coágulos de sangue são aglomerados de substâncias do sangue que não estão em sua forma livre, ou seja, circulante, mas sim de maneira gelatinosa.
A coagulação do sangue é um processo que ocorre naturalmente em nosso corpo em resposta a possíveis hemorragias, objetivando fazer com que não percamos muito sangue.
A grande problemática quanto aos coágulos está no fato de que eles podem se deslocar e fazer um entupimento de vasos. Quando ele está imóvel, não apresenta grandes riscos, mas quando migra para locais diferentes pode ser um caso grave.
O processo de coagulação é natural, por isso quando ocorre alguma lesão eles são formados como uma forma de proteção.
Porém, quando esse processo não é natural ele pode ocorrer devido a outras condições como uso de medicamentos, arteriosclerose, reposição hormonal, trombose, histórico familiar comprometido, obesidade, insuficiência cardíaca, gravidez e tabagismo, além de outras possíveis causas.
Como funciona o diagnóstico da doença?
Esse modelo de diagnóstico em relação a doenças inflamatórias intestinais é feito após a avaliação pelo médico juntamente as evidências endoscópicas, radiográficas e achados histopatológicos.
A doença de Crohn pode acometer qualquer parte do trato gastrointestinal, porém em geral as regiões do cólon e íleo são mais acometidas. O quadro clínico depende de qual região foi acometida e o nível da doença, podendo ser inflamatória, estenosante ou penetrante.
– Essa doença tem cura?
Por tratar-se de uma doença crônica as doenças inflamatórias intestinais não possuem cura, mas existem métodos que são altamente eficientes para amenizar os sintomas e elevar a qualidade de vida, podendo evitar casos de complicações que levem a internações e cirurgias.
Quando está em um estágio mais leve o tratamento pode ser feito com medicamentos que reduzem os sintomas da inflamação e ajuda também nas defesas do organismo.
Já em casos mais graves o uso de imunossupressores pode ser uma opção ou até mesmo uma intervenção cirúrgica para retirada de partes já comprometidas do intestino.
Como é o tratamento para Doença inflamatória intestinal?
O principal objetivo do tratamento é aliviar os sintomas da doença, controlando-a e dando uma melhor qualidade de vida ao paciente.
Nesse sentido, boa parte dos médicos receitam tratamentos que envolvem o uso de anti-inflamatórios, de modo a reduzir a inflamação e as úlceras provenientes delas.
Além disso, analgésicos e alguns outros medicamentos podem ser administrados. Entretanto, as principais modificações a serem feitas dizem respeito aos hábitos de vida e alimentação do paciente.
Nesse sentido, indica-se uma redução considerável (ou até mesmo a proibição) no consumo de bebidas alcóolicas. Além disso, alguns alimentos passam a ser contraindicados.
Na lista dos alimentos não recomendados para quem tem doença inflamatória intestinal, destacam-se principalmente os que têm cafeína, como é o caso dos cafés, refrigerantes de cola e alguns chás.
Além disso, carnes vermelhas devem ser consumidas com moderação, pois são muito mais gordurosas que as opções de carnes magras.
É claro, a dieta deve seguir as recomendações médicas e deve estar de acordo com o nível evolutivo do quadro e algumas outras questões como o histórico do paciente.
Além disso, cirurgias podem ser realizadas em casos mais graves. Entretanto, vale salientar que a doença inflamatória intestinal não tem cura – isto é, como uma doença crônica, pode-se apenas reduzir os seus danos e sintomas.
Por isso, muitos médicos e pacientes têm buscado alternativas de tratamento com menos efeitos colaterais, de modo a melhorar sua qualidade de vida tanto a curto, quanto a longo prazo.
Cannabis medicinal como auxiliar no tratamento da DII
O tratamento com Cannabis medicinal é realizado por cannabis naturais ou sintéticas que atuam em receptores específicos.
– Como é feito o tratamento por meio da Cannabis medicinal?
O tratamento por Cannabis medicinal é feito usando cannabis sintética ou natural que age por meio de receptores específicos intestinais, o chamado CB1.
Eles estão relacionados às terminações nervosas do sistema nervoso simpático do intestino para regular as células inflamatórias e a permeabilidade epitelial, motilidade, a migração de células de defesa, o recrutamento dessas células e a apoptose celular.
De acordo com uma pesquisa realizada na Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, a manipulação dessa substância em roedores confirmou a hipótese de que é benéfica a atenuação da inflamação e essa pode ser uma inovação na atenuação do sistema regulador desse órgão.
– Estudos que indicam benefícios da Cannabis (CBD) para DII
Apesar do campo de desenvolvimento de pesquisas na área de conhecimento da Cannabis medicinal para doença DII ainda estar em evolução, é possível observar avanços no uso da substância a partir de um estudo observacional.
Um deles foi realizado com 30 pacientes com a doença de Crohn, nesse estudo foi descrito que a cannabis medicinal está ligada a melhora da atividade da doença e alívio dos sintomas.
Já em outro estudo controlado com placebo foi mostrada a diminuição da atividade da doença em aproximadamente 10 dos 11 indivíduos.
Em pacientes que sofrem com a doença inflamatória intestinal os ensaios clínicos feitos mostraram melhora na qualidade de vida, mas não forneceram evidências de uma redução dos marcadores de inflamação.
Outros estudos também foram feitos usando óleos e extratos de cannabis e usados para justificar a melhora na qualidade de vida desses pacientes.
– Casos de sucesso do tratamento da DII com a Cannabis Medicinal
Como citado no item anterior, a maioria dos estudos apontam sobre melhorias e alívio nos sintomas da Doença Inflamatória Intestinal após o início do uso dos extratos e óleos à base de CBD.
Entretanto, é importante salientar que a maioria dos casos de sucesso envolvem um complemento à medicação tradicional e não promovendo sua substituição completa.
Conheça outras indicações de uso da Cannabis Medicinal como tratamento de doenças
Além do uso da Cannabis como tratamento para a Doença Inflamatória Intestinal, há também outras doenças em que ela pode ser usada.
A maioria delas ocorre devido a disfunções neurológicas e do sistema nervoso.
Entretanto, em muitos casos, pode-se utilizar a Cannabis para tratar doenças do trato digestivo, como é o caso da própria Doença Inflamatória Intestinal, Doença de Crohn, entre outras.
Verifique na lista abaixo algumas das doenças onde há indícios ou estudos que comprovem a ação benéfica da Cannabis Medicinal:
- Ansiedade
- Artrite reumatoide
- Artrose
- Autismo
- Câncer
- Dependência química
- Depressão
- Dermatites, acne e psoríase
- Diabetes
- Doença de Alzheimer
- Doença de Parkinson
- Doenças gastrointestinais
- Dor neuropática
- Dores de cabeça
- Endometriose
- Enxaqueca
- Epilepsia
- Esclerose múltipla
- Fibromialgia
- Glaucoma
- Insônia
- HIV
- Lesões musculares
- Obesidade
- Osteoporose
- Paralisia cerebral
- Síndrome de Tourette
- Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)
- Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT)
- Doenças veterinárias.
Como buscar o tratamento da DII à base de Cannabis medicinal?
Se você tem interesse em realizar o tratamento da Doença Inflamatória Intestinal usando medicamentos à base de canabidiol, você deve procurar médicos que tenham experiência em realizar prescrições nesse sentido.
Por isso, nós do Portal Cannabis e Saúde montamos uma seção em nosso site, onde você pode encontrar médicos confiáveis de diversas especialidades que realizam esse tipo de prescrição.
A prescrição depende do parecer médico, que avaliará se o CBD deve ser utilizado em cada caso ou não. De todo modo, a consulta com estes médicos permite à você entender melhor sobre o tratamento e as formas que esses medicamentos são administrados.
Se você quer se consultar presencialmente ou via telemedicina com algum dos médicos da nossa base de dados, clique aqui e escolha o que melhor se adequa à sua necessidade!
Conclusão
A DII é uma doença que acomete muitas pessoas no Brasil e no mundo e por não possuir cura necessita de tratamentos intensivos ao longo da vida para proporcionar uma qualidade de vida melhor para milhões de pessoas.
Sendo assim, alguns estudos vêm sendo feitos objetivando elevar a qualidade do tratamento das pessoas que necessitam.
É importante ressaltar que apesar de existir algumas contraindicações, o tratamento com Cannabis vem ganhando espaço não apenas nos casos de DII como também em casos de outras doenças que acometem a população como um todo.