Composto desenvolvido por farmacêutica israelense combina fitocanabinoides com a substância ativa de um cogumelo. Resultados são preliminares
A farmacêutica israelense Cannabotech anunciou na semana passada em sua página no LinkedIn que um de seus produtos em desenvolvimento, o Integrative-Colon (Cólon Integrativo, em português), tem eficácia acima de 90% na supressão de células malignas do câncer de cólon, que afeta parte do intestino grosso.
Em estágio inicial, o estudo foi realizado com modelos celulares: os efeitos do Integrative-Colon foram analisados em diversos subtipos de câncer no cólon, que representavam as diferentes mudanças moleculares que caracterizam o desenvolvimento da doença.
Além da fórmula do Integrative-Colon, também foram testados separadamente cada um dos fitocanabinoides presentes no produto — para criar um parâmetro de comparação entre o produto final e seus diferentes compostos.
O medicamento em desenvolvimento tem como base uma combinação de diversos fitocanabinoides derivados da planta da Cannabis com vários extratos de cogumelos — um dos campos de atuação da Cannabotech é a experimentação com propriedades terapêuticas de alguns fungos.
Esse é justamente um dos diferenciais da farmacêutica, que incluiu no Integrative-Colon um extrato de cogumelos com uma alta concentração do chamado PSK, a substância ativa do cogumelo Trametes. Conhecido por suas propriedades anticancerígenas, o Trametes tem uso oncológico já aprovado no Japão, Taiwan e na Coreia do Sul.
Resultados do estudo e análise de resultados
De acordo com os resultados obtidos nos estudos, o time de cientistas da empresa israelense pôde constatar que a formulação específica do Integrative-Colon tinha efetividade superior àquela dos fitocanabinoides isolados — dado que demonstra a forte sinergia entre os compostos do medicamento em desenvolvimento.
Além disso, reforça também a tese dos pesquisadores de que um medicamento com alta eficácia não pode depender apenas de alguns compostos derivados da Cannabis como encontrados na natureza: é necessário chegar a uma fórmula refinada e precisa, definida em experimentos científicos.
Outro dado interessante é a interação que diferentes fitocanabinoides têm com estágios distintos do desenvolvimento celular cancerígeno. Isso quer dizer que as combinações podem mudar de acordo com a fase do tratamento, o que, segundo os pesquisadores, indica que um tratamento mais eficaz e mais abrangente deve ser altamente “personalizável”; ou seja, levar em consideração as necessidades de cada paciente.
Esse aprendizado está presente justamente nas tecnologias desenvolvidas pela Cannabotech para o Integrative-Colon, que deve ser lançado no fim de 2022 em mercados de Israel, dos Estados Unidos e do Reino Unido.
Próximos passos do medicamento contra câncer no cólon
Após os excelentes resultados em modelos celulares, o Integrative-Colon será agora testado em combinação com a quimioterapia. Nessa nova fase de testes, será introduzida também uma variação incluindo extratos do cogumelo Cyathus Striatus, cujas propriedades farmacológicas vêm sendo estudadas em um projeto liderado pelo professor Fuad Fares, na Universidade de Haifa.
Em declaração publicada no site da Biotechnology News Magazine, o CEO da Cannabotech, Elhanan Shaked, confirmou que os produtos integrativos desenvolvidos pela empresa destinam-se ao uso combinado com tratamentos tradicionais, como a quimioterapia.
O oncologista Tami Peretz, do Centro Médico Hadassah, em Jerusalém, fez questão de lembrar que terapias integrativas são cada vez mais comuns no tratamento desse tipo de câncer. E mostrou-se otimista em relação aos resultados obtidos pela Cannabotech. “Os produtos da empresa demonstraram eficácia impressionante e muito promissora nas células de cólon testadas em laboratório.”
Isaac Angel, o consultor farmacológico da Cannabotech, também comemorou: “Estamos animados com esses resultados, que constituem mais um importante marco na comprovação da viabilidade científica dos produtos, e evidenciam a necessidade de personalização da assistência médica.”
Apesar da empolgação, tanto Peretz quanto Angel lembram que mais estudos são necessários, e mostram-se ansiosos em relação às próximas etapas de estudos. “Com base nesses experimentos, há espaço para iniciar estudos com animais e, no futuro, incorporar esse tipo de medicamento em pacientes de câncer no cólon”, disse Peretz.
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