Victor Pichek conheceu como paciente os benefícios da Cannabis medicinal. Como médico busca levar a melhora que experimentou em sua qualidade de vida para cada vez mais gente
A história do médico Victor Pichek com a Cannabis medicinal começa do outro lado do estetoscópio. Trabalhando como plantonista na UTI de um hospital de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, enfrentava uma extenuante rotina de trabalho, com extensa carga horária, e pouco descanso mesmo aos finais de semana. Com tanta intensidade, uma hora o corpo cobra a conta.
“Isso foi meu ocasionando um estresse crônico. Ansiedade, depressão, privação de sono”, conta. “Dormia muito mais durante os plantões que dava, então o sono fica todo desregulado.”
Médico doente
Logo começou a dor. Uma intensa contração muscular que, em seu caso, irradiou pelas costas. “Foi gradativamente piorando. Fiz vários exames e não conseguimos descobrir a causa. Fiz ressonância, consultei diversos colegas especialistas, reumatologista, psiquiatra, médico especialista em dor, e a gente não conseguia chegar a um diagnóstico.”
Até que uma termografia, um exame que mapeia a temperatura em diversas partes do corpo, apontou diversos pontos de inflamação nas costas. Pontos de gatilho nas musculatura que despertam crises de dor que se espalham pelo corpo. O diagnóstico: síndrome dolorosa miofascial.
Tratamento
Identificado seu problema, restava descobrir uma forma de resolvê-los. “Eu já estava tomando de uma variedade de medicamentos alopáticos, morfina, e nada surtia efeito. Só piorava a patologia”, afirma. “Estava evoluindo muito os sintomas. Essa doença é caracterizada por surtos de dor. Por exemplo, fica estressado, tem uma ansiedade, um momento de tensão, e serve como gatilho que desperta a dor.”
“Cheguei a ficar acamado por dois meses”, continuou Pichek. “Perdi o emprego. O colega diretor não conseguiu me manter mais, já que não conseguia fazer o plantão. Então eu comecei a pesquisar por alguma alternativa. Já tinha escutado falar da Cannabis medicina, e vi que era realmente muito efetiva. Principalmente para dor crônica.”
Benefícios da Cannabis medicinal
Entrou em contato com colegas que lhe explicaram como fazer a prescrição de Cannabis medicinal e cuidou do resto. Logo começou o tratamento e , em pouco mais de um mês, começaram os resultados. “O primeiro sintoma que realmente melhorou foi o sono. Eu acordava muito durante a noite com dores, e isso criava um ciclo que piorava as dores.”
“Depois gradativamente eu fui melhorando. Aumentou o meu bem-estar, a ansiedade regulou bastante, a depressão, que já estava bem forte, também. As crises de dores começaram a ficar com menor duração e menos intensas”, conta. “Até que, por volta de 60 dias, quando encontrei uma graduação de dose que fosse mais efetiva, teve uma semana que não senti nenhuma dor. Foi quando comecei o processo de desmame de medicamentos.”
Aos poucos se livrou dos medicamentos para dor, antidepressivos e, de todos os efeitos colaterais associados. Em 90 dias, conseguiu a remissão total dos sintomas. Maravilhado com o resultado conquistado em tão pouco tempo, não teve mais dúvidas. A Cannabis medicinal seria seu foco de atuação profissional.
Médico prescritor de Cannabis
“Aí que eu mergulhei e me dediquei mesmo à Cannabis. Comecei a estudar fundo, pesquisar, e vi que ela tem efetividade para diversas patologias. Ela é um regulador do organismo. Todos podemos nos beneficiar com a Cannabis, tanto para tratar, quanto para prevenir doenças”, diz o médico.
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“Decidi trabalhar com a Cannabis, principalmente porque eu vi verdade no composto. Posso oferecer tratamento para patologias que são intratáveis e incuráveis com os medicamentos comuns. Pude devolver a esperança para muitos pacientes. Um bem-estar e qualidade de vida que todo paciente merece.”
Pós-graduado em medicina canabinoide, com participação ativa em diversos cursos, congressos e workshops sobre o tema, aos poucos foi acumulando pacientes e os plantões na UTI, aos quais retornara com a melhora de sua saúde, foram ficando de lado. Em 2018, tornou- se um dos primeiros médicos do País a se dedicar exclusivamente ao tratamento com Cannabis medicinal.
Casos de pacientes
Membro da Sociedade Brasileira de Estudo da Cannabis, já acumula mais de 300 pacientes atendidos. “Tem um caso que me marcou muito de uma criança que tinha de 500 a 600 convulsões por mês. Começou o tratamento quando tinha três anos e hoje, aos cinco anos, tem dez, às vezes cinco, convulsões por mês. Comparado com os 600, é uma melhora muito boa mesmo.”
Pichek também relata o caso de um senhor que trabalhava como representante comercial, vendendo sanfonas por todo o Brasil. Isso até começar a apresentar um quadro de Parkinson que o impedia até de segurar um copo d’água, muito menos demonstrar a qualidade de seu produto País afora. Após a Cannabis, pode voltar a dirigir sua caminhonete para vender suas sanfonas a quem estiver interessado.
Com outro paciente, cujo Alzheimer fazia com que fosse necessário até ser lembrado de mastigar a comida, em quatro meses de tratamento já estava fazendo todas suas atividades de forma independente. “Claro que não estabilizou 100%, mas faz tudo sozinho. Começou a reconhecer parentes, a ser menos agressivo, a ter uma melhora na parte psiquiátrica também, então a família relata uma melhora muito grande. É uma luz no fim do túnel para muitos pacientes.”
Uma luz que deve brilhar que acredita vai brilhar para cada vez mais pacientes, com mais e mais patologias. “Todos os dias vemos notícias de novas descobertas. Novas patologias que podem ser atendidas. Então vejo como um caminho sem volta”, afirma.
“É um grande divisor de águas na medicina convencional. Não é realmente uma nova medicina, é antiga, milenar, mas, agora, chega para revolucionar”, finaliza. è um composto complexo que permite proporcionar uma verdade em seu tratamento. Dificilmente a Cannabis não vai proporcionar uma melhora em algum sintoma, em algum grau, na patologia que o paciente apresenta. Em resumo, a Cannabis oferece ao paciente uma melhora na qualidade de vida.”