As solicitações para importação de remédios à base de Cannabis feitas à Anvisa crescem de forma exponencial no Brasil, movidas por cada vez mais acesso à informação, pesquisas e o avanço político da pauta. Segundo projeções da Kaya Mind, startup brasileira de inteligência do mercado da Cannabis, 2021 terá um aumento de 151% das licenças iniciais (primeiro pedido de importação do paciente) solicitadas ao órgão, em comparação com o ano passado.
O dado faz parte do Kaya Board, um painel lançado pela empresa que traz, de maneira visual e interativa, informações relevantes nas áreas de Saúde e Mídias para a indústria canábica. O acesso é gratuito e está disponível no link.
Por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), a Kaya Mind reuniu as principais informações da Anvisa relacionadas a solicitações, renovações e alterações para a importação de produtos derivados de Cannabis no Brasil.
Dados da startup revelam que a soma de todas as solicitações feitas ao órgão regulador no primeiro semestre de 2021 corresponde a 94% das licenças do total observado de 2020. Projeções da empresa apontam que, até o final de 2021, as solicitações para a primeira importação de remédios à base de substâncias da maconha podem chegar a 39 mil, um aumento de 151% em relação a 2020.
Os dados da Anvisa disponíveis são do ano de 2019, em que a RCD mudou e prolongou a validade da licença para 2 anos em janeiro de 2020. Atualmente, por volta de 33 mil pacientes podem fazer a importação de remédios. Desde 2016, foram realizadas 16 mil receitas médicas e em mais de 44 especialidades da medicina, sendo, as principais delas: neurologia, psiquiatria e neuropediatria.
O relatório também revela o maior gargalo para desenvolver o mercado da Cannabis no Brasil: a falta de médicos prescritores. De 2015 a Jan 2021, apenas 2.100 profissionais receitaram algum remédio à base da planta. É um número insignificante comparado a quase meio milhão de médicos cadastrados no Conselho Federal de Medicina.
Outro painel do setor de Saúde trata dos produtos à base de Cannabis disponíveis no Brasil e na América Latina. A Kaya Mind mapeou mais de 430 produtos de 51 fabricantes, de nove países de origem diferentes.
“O Kaya Board é o primeiro painel de informações completas do mercado canábico na América Latina, que aborda setores de Saúde, Mídia, Governo, Finanças e mais”, disse a CEO da Kaya Mind, Maria Eugênia Riscala.
“O objetivo é aumentar o número de dados relacionados à planta existentes no mercado, assim como colaborar com a indústria canábica em desenvolvimento com informações para pensamento estratégico e tomadas de decisão. O acesso é gratuito, com possibilidade de assinatura personalizável para empresas e marcas interessadas”, concluiu a empresária.