Entidade vai destinar mais de R$ 5 milhões para o estudo de tratamentos não farmacológicos para a dor
A Liga Nacional de Futebol (NFL), que organiza os campeonatos de futebol americano nos EUA, havia anunciado, em fevereiro deste ano, uma chamada pública para que médicos cientistas forneçam informações sobre o uso de medicamentos e intervenções não farmacológicas que possam substituir os opioides, como a Cannabis.
Agora, em associação com o sindicato dos atletas profissionais da modalidade, decidiu acelerar o conhecimento científico sobre a questão. Para isso, separou U$ 1 milhão (mais de cinco milhões de reais) para o financiamento de pesquisas que avaliem os efeitos de tratamentos não farmacológicos, como a Cannabis, no controle da dor e no desempenho dos atletas.
As organizações de pesquisa têm até 31 de julho para enviar uma pré-proposta para serem elegíveis para financiamento da NFL. A meta é fornecer bolsas para cinco grupos de pesquisa ainda este ano.
Cannabis no tratamento da dor
Já existem diversos estudos e relatos clínicos que atestam os benefícios do uso da Cannabis medicinal no combate à dor, incluindo em casos de dor crônica.
Um estudo realizado em animais com dor aguda demonstrou que a Cannabis medicinal, com alta concentração de THC, com propriedades anti inflamatórias, é até dez vezes mais eficaz que a morfina no tratamento. Outras pesquisas também demonstraram que substituir opioides por Cannabis traz benefícios aos pacientes.
UFC e Cannabis
A iniciativa da NFL segue uma tendência das ligas esportivas americanas de reduzir as barreiras para o uso de Cannabis medicinal no tratamento dos atletas. A NFL já havia reduzido as restrições ao uso no ano passado, quando o CBD deixou de ser considerada drogas Classe 1, como esteroides anabolizantes e outras com maior potencial de vício e dano, como a cocaína.
Iniciativa semelhante foi vista esse ano na organização do UFC. O uso indiscriminado de analgésicos já gerou contestação por parte de alguns lutadores, como Brett Favre, Ryan Leaf, Calvin Johnson, Eugene Monroe, Jeff Hatch e Travis Kelce. Já o astro da modalidade, Ricky Williams, teve que abandonar a carreira em seu auge após ser pego pela quarta vez pelo uso de Cannabis para o controle da dor.