A associação de pacientes de Cannabis medicinal Apepi, do Rio de Janeiro, teve a conta comercial do WhatsApp, utilizada no atendimento dos mais de 500 associados, banida pelo Facebook, informou a entidade nesta quarta-feira (17). A rede social alegou suposta promoção ou venda de drogas ilegais, recreativas ou sujeitas a prescrição médica em mensagem enviada para a ONG.
No aviso à Apepi, o Whats deu como exemplos de atividades supostamente praticadas pela Apepi a venda de drogas, incluindo maconha e produtos à base de maconha, Acessórios para uso de drogas, como cachimbos e bongos e drogas sujeitas à prescrição médica.
A ONG informou que está providenciando o restabelecimento da conta e avisará caso consiga recuperar o número. “Para caso de emergência, estamos atendendo online por mensagem no Instagram”, orientou.
A presidente da Apepi, a advogada Margarate Brito, lamentou o boicote. Ao Cannabis & Saúde, a ativista disse que a ONG está buscando outras alternativas.
“Esse é um problema que a gente vai ter para o resto da vida. Lá na Califórnia, mesmo depois de 20 anos de legalização, ainda existem problemas parecidos. Então escolher trabalhar com Cannabis é escolher ter problemas para sempre. E não tem outro caminho! Mas a gente procura mudar o sistema dentro dele, a gente não quer se esconder, ir para o Telegram”.
No ano passado, vários profissionais ligados à Cannabis medicinal no Brasil sofreram boicotes nas redes sociais, entre eles está a médica Dra. Ana Gabriela Hounie. A Dra. Hounie é psiquiatra especialista em transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e Síndrome de Tourette. Ela teve banido seu canal no YouTube onde compartilhava conhecimentos sobre as patologias e sobretudo como a Cannabis pode ajudar nos tratamentos.
Aqui no Cannabis & Saúde, já fomos duas vezes alvo de censura das redes sociais. O WhatsApp de atendimento ao público do portal foi banido pelo Facebook em fevereiro e jamais recuperado. Além disso, este jornalista que vos escreve teve a conta do Twitter suspensa por 3 semanas, após uma sequência de tweets sobre Cannabis medicinal, muitos em resposta a políticos proibicionistas. Porém, o Twitter devolveu a conta. Já a médica Ana Hounie não teve a mesma sorte.