Lidar com a dor faz parte da rotina de todo atleta profissional. Principalmente em um esporte tão intenso como o futebol americano, em que usar a força física para derrubar o adversário está dentro das regras. Para suportar a sequência de treinamentos e jogos, os atletas dependem de analgésicos, principalmente os opioides, como a morfina.
Isso, no entanto, traz consequências. Esses medicamentos são altamente viciantes e, com uso prolongado, criam resistência no organismo, demandando doses cada vez mais altas. Seu uso indiscriminado é considerado uma epidemia nos EUA, onde cerca de 15 mil pessoas morrem todos os anos de overdose por opioides legalmente prescritos por médicos.
NFL e Cannabis
Pensando nisso, a Liga Nacional de Futebol (NFL), que organiza os campeonatos de futebol americano nos EUA, busca alternativas. O Comitê de Gestão da Dor realizou uma chamada pública para que médicos cientistas forneçam informações sobre o uso de medicamentos e intervenções não farmacológicas que possam substituir os opioides.
Os medicamentos de interesse “podem incluir, mas não estão limitados aos canabinoides como o canabidiol (CBD)”, diz o comunicado publicado no site da entidade. A liga também solicitou informações sobre “o impacto da Cannabis ou dos canabinoides no desempenho atlético dos jogadores da NFL”.
Cannabis no tratamento da dor
Já existem diversos estudos e relatos clínicos que atestam os benefícios do uso da Cannabis medicinal no combate a dor, incluindo em casos de dor crônica.
Um estudo realizado em animais com dor aguda demonstrou que a Cannabis medicinal, com alta concentração de THC, com propriedades anti inflamatórias, é até dez vezes mais eficaz que a morfina no tratamento. Outras pesquisas também demonstraram que substituir opioides cor Cannabis traz benefícios aos pacientes.
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UFC e Cannabis
A iniciativa da NFL segue uma tendência das ligas esportivas americanas de reduzir as barreiras para o uso de Cannabis medicinal no tratamento dos atletas. A NFL já havia reduzido as restrições ao uso no ano passado, quando o CBD deixou de ser considerada drogas Classe 1, como esteroides anabolizantes e outras com maior potencial de vício e dano, como a cocaína, também um opioide.
Iniciativa semelhante foi vista esse ano na organização do UFC. O uso indiscriminado de analgésicos já gerou contestação por parte de alguns jogadores, como Brett Favre, Ryan Leaf, Calvin Johnson, Eugene Monroe, Jeff Hatch e Travis Kelce. Já o astro da modalidade, Ricky Williams, teve que abandonar a carreira em seu auge após ser pego pela quarta vez pelo uso de Cannabis para o controle da dor.