Aconteceu a terceira edição do congresso We Need to Talk about Cannabis, WNTC, em São Paulo. Para Carolina Sellani, coordenadora do grupo de trabalho de insumos de Cannabis da Abiquif com quem conversamos com exclusividade, o objetivo da iniciativa foi alcançado ao levar para o setor a discussão de temas relevantes para o momento.
A estreia do WNTC aconteceu 2021. E de lá para cá muitas coisas mudaram. Até dezembro de 2021, eram 9 remédios aprovados na agência, hoje são 26 produtos autorizados. O que comprova que o mercado da Cannabis realmente é dinâmico e crescente.
Da mesma forma as projeções indicam que até 2027 o valor de vendas de CBD no mundo alcançará US$ 59,7 bilhões.
Também é importante salientar que os grandes impulsos do desenvolvimento do mercado da Cannabis são os potenciais terapêuticos dos canabinoides para tratar diferentes patologias.
Neste sentido, Sellani espera ainda mais progresso para as próximas edições do WNTC.
“Esperamos chegar na próxima edição com muitos avanços. E ter mais pautas para agregar, tanto pessoas do setor quanto stakeholders de outras frentes para além do público da indústria farmacêutica. Também agregar os demais atores importantes que estão de alguma forma envolvidos e engajados nessa frente do desenvolvimento do setor da Cannabis medicinal aqui no Brasil”.
4 informações relevantes após o WNTC
Selecionamos aqui quatro pontos que ficaram claros sobre a Cannabis após o evento.
Dor crônica deve entrar na lista de condições que serão tratadas com Cannabis no SUS em SP
Em sua fala do evento, o Deputado Federal Caio França afirmou que acredita que “em breve a dor crônica entrará na lista de doenças que serão tratadas com Cannabis no SUS em São Paulo”.
“Eu quero que assim que saia a regulamentação, no mais tardar em 30 dias, a gente já tenha uma nova regulamentação incluindo a dor crônica refratária que já vai abrir um leque bem grande de patologias em relação ao assunto”, afirmou.
Atualmente Síndrome de Dravet, Síndrome de Lennox-Gastaut e esclerose tuberosa são as doenças que estão na lista para serem tratadas com Cannabis para fins medicinais distribuída pelo SUS em São Paulo.
O potencial da Cannabis para tratar a dor crônica é confirmado com o recente estudo em profundidade realizado pela empresa Close-Up e divulgado com exclusividade pelo Cannabis & Saúde. A pesquisa conseguiu capturar a intenção de prescrição do CBD conforme a indicação. E em primeiro lugar no ranking de indicações para uso de CBD está a dor.
O número de médicos prescritores regulares está girando em torno de 2 mil no Brasil
Responsáveis pelo painel “O mercado da Cannabis em 2023: a entrada de novos produtos e empresas no setor”, Maria Eugenia Riscala, CEO da Kaya Mind, e Thiago Dessena Cardoso, CFO da Kaya Mind, apresentaram um panorama do cenário atual do país. Entre os conteúdos revelados chamou a atenção a informação sobre novos médicos que prescrevem a planta no país.
Essencialmente, a Kaya Mind identificou que há uma média que gira em torno de 800 a mil novos médicos prescrevendo Cannabis no Brasil. Porém, este número de médicos prescritores não se mantém regularmente.
“O número de prescritores regulares está girando em torno de 2 mil, ou seja, 2 mil médicos que já haviam prescrito antes voltam a prescrever em média em um mês. Então tem um gap muito grande. Pois se mil novos prescrevem Cannabis no mês e apenas 2 mil continuam prescrevendo regularmente, a gente tem uma saída grande. Por isso é curioso”, destacou Tiago.
Mesmo assim Tiago observa que as prescrições têm crescido ano a ano no país.
Uma atualização da RDC 327 deve ampliar e permitir que mais profissionais prescrevam Cannabis
Hoje o Brasil conta com 200 mil pessoas que utilizam a Cannabis em seus tratamentos. E como explicou Riscala uma revisão da RDC nº 327/2019, norma que dispõe sobre os produtos de Cannabis para uso medicinal humano, deve acontecer em breve.
Ainda segundo Riscala, a RDC 327 deve ser ampliada, possibilitando assim, a prescrição para mais profissionais da saúde.
Além disso, Riscala torce para que novas formas farmacêuticas surjam e que exista uma expansão dos canabinoides.
Cannabis voltada à saúde animal ganha espaço no país
E entre as novidades de conteúdo desta edição esteve a discussão sobre o uso da Cannabis para saúde animal, o que confirma a tendência no Brasil.
A primeira exposição do WNTC foi intitulada “Cannabis e o uso veterinário: Cenário Regulatório”. E apresentou o atual status da discussão sobre o uso de canabinoides para a saúde animal com a palestrante Isabela Avila, Coordenadora de Registro e Fiscalização de Produtos Veterinários, MAPA.
Mais informações sobre o WNTC você encontra aqui.
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